quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Contar ou não contar


Eu, no Mam, no dia que o exame deu positivo

 Ao meu ver está muito cedo para contar para todo mundo que estou grávida. São oito semanas só.

Contei para pessoas mais próximas da família, alguns amigos muito chegados e pro chefe. Nem todo mundo que sabe da gravidez tem o endereço desse blog, por exemplo. E pro chefe, explico:

Meu trabalho, apesar de não precisar trabalhar todos os dias na rua, é bem exigente quando estamos gravando: são muitas horas de estúdio, ou equipamentos pesados de externa, então tive que contar até para preservar a itegridade da gravidez, já que não posso carregar peso.

Só que daí, mesmo dentre essas poucas pessoas, aparece um sem noção que sai espalhando. Tive o cuidado de pedir para as pessoas não contarem para mais ninguém, não publicarem no facebook e ficarem com a porra do bico fechado. Mas ainda assim tive que dar esporro na minha madrinha, na minha irmã e na minha mãe. Só não dei esporro no meu sogro e na minha sogra pois quem tem que fazer isso é o Gabriel e me estressar com a minha parte da família já é suficiente.

Parece que a pessoa quer que você DESENHE:  Ahnnn, por que você não quer que eu conte? Pra que guardar segredo?

Pois na porra do primeiro trimestre não existem exames para saber se o bebê é perfeito, se não tem nenhuma anomalia genética, o risco de aborto espontâneo é enorme...

Tive uma amiga que tava super feliz com a gravidez e contou para os amigos e logo nos primeiros exames descobriu que o óvulo fecundado era oco, ou seja, ela teve todos os sintomas da gravidez até mais ou menos seis semanas e depois soube que não tinha bebê, nem fecundação... Tipo, agora você vai ter que contar pra todo mundo que você contou que estava grávida que não está mais. Um saco.

Fora que a gravidez me deixou supersticiosa. Não quero que pessoas barra pesada, bad vibe, neuróticos, vampirescos fiquem de voduzando. E superstições a parte, tem o fator gente MALA que eu quero me voduze menos ainda.

Um dos momentos mais legais da minha gravidez até agora foi no dia que eu descobri. Eu estava entre duas gravações, a penúltima e a última do dia. E a última ia ser no MAM no Rio, umas quatro da tarde e depois um amigo vinha me buscar para tomar um lanche. Lógico que meu amigo demorou um século e eu fiquei sozinha maior tempão. Acabou a gravação, meu câmera foi embora, eu comprei um picolé de tangerina e fiquei lá zanzando sozinha, vendo a vista incrível, e pensando: foda, vou ser mãe, que coisa mais louca.

Fora que eu quero curtir a minha gravidez em paz. Por que é tão difícil entender que eu não quero ainda os cumprimentos do pessoal da academia, da tia do café, que a tia da prima da cunhada faça piadinhas sobre hormônios, sobre meu sono, sobre o caralho que o parta?

Enfim. Parece que quando você fica grávida você tem que impor limites, que já te ensinam a proteger seu filho do mundo enquanto ele ainda está dentro de você, pois quando ele está fora deve ficar mais e mais difícil.

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