domingo, 6 de novembro de 2011

Positivo para CJC e Citomegalovírus

Provavelmente nenhum obstetra vai pedir um exame específico para CJC. Sabemos que é super prejudicial, mas infelizmente 80% da população ocidental já entrou em contato e a criação de anticorpoos é difícil, lenta, e demorada. Provavelmente você é portadora, e antes de estar grávida podia nem manifestar oa doença, mas agora que você sabe que vai ser mãe os sintomas estão a todo vapor.

CJC é a Culpa Judaico Cristã. Tive uma puta crise ontem quando recebi o resultado dos exames. Tava tudo lindo, mas tinha um índice alto para Citomegalovírus. Fiquei apavorada e fiz o que qualquer pessoa SABE que não deve fazer e faz mesmo assim: dei um google.

Várias sequelas bizarras, desde deformidade nos membros inferiores, retardo metal, aborto espontâneo. Nisso eram onze da noite e eu querendo ligar para Dra. Catia. Mais uma googleada e um email para o grupo materna_sp e uma busca no histórico do grupo para ver se alguém já tinha se deparado com um diagnóstico positivo de Citomegalovírus.

Bom, a verdade nua e crua é que de 60 a 80% da população mundial já entrou em contato com o vírus. O exame basicamente queria dizer que eu já tinha entrado em contato e que com isso criei anticorpos. O índice de contaminação vertical (mãe-bebê) é baixíssimo. Ou seja, apavorei a toa.

(Se alguém deu um google e chegou aqui procurando informações sobre Citomegalovírus, acho melhor ligar pro médico, mas já adianto: se o exame positivo for IGG você já entrou em contato com o vírus, são anticorpos de memória. Se o exame for IGM, é a contaminação ativa, o obstetra deve te encaminhar para um infectologista)

Mas quando você dá um google é isso, a cabeça voa. Quando você acha o primeiro site que diz as formas de contágio, a primeira coisa da lista é POR VIA SEXUAL. Aí alarme CJC apita: ai meu Deus certeza que foi quando transei sem camisinha com aquele cara em 2003. Certeza. Quem manda beber? Ficar bebada? (CJC apitando: diga não às bebidas alcóolicas ou você vai pro inferno!) e aí a leitura avança e você descobre que é mais fácil pegar o vírus com alguém espirrando no ônibus, e que a taxa de contaminação entre crianças em creches é de cerca de 90%. Provavelmente você pegou quando era criança ou limpando o cocô de uma criança.

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Mas a pior coisa mesmo são aqueles minutos (alarme CJC! alarme CJC!) que você acha que fez alguma coisa, mesmo que involuntariamente, para prejudicar a gravidez. Dá uma solidão horrível, que ninguém pode compartilhar: nem sua mãe, nem o namorado mais compreensivo.

(Gabriel inclusive foi o mais low profile: dorme, quando você acordar a gente liga pra médica, não deve ser NADA. Fiquei puta, tadinho)

Mas voltando: a culpa é incidiosa porque coloca toda sua vida pregressa em cheque: seus cigarros, suas bebedeiras, sua vida sexual, sua falta de cuidado com a alimentação e exercícios, com sua irresponsabilidade de se expôr a riscos. (ai meu Deus, entrei naquela lagoa no Ceará cheia de  caramujos. Maldito reveillon de 1998)

Não existe um ser humano que não se expõe a riscos. Se a gente não se expusesse aos riscos não transaria sem camisinha pra ter um bebê que vai nascer num mundo escroto, violento, doente, consumista, hipócrita, burro e intolerante.

Mas a gente vai lá e faz mesmo assim.

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